quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

ROLANDO PELA ESCADA


Este cello modelo Eagle C-300 4/4 estava novinho até que um dia...
A responsável pelo instrumento descuidou do menino e ele rolou degraus a baixo...
O resultado não poderia ser diferente, o braço pagou o pato!


Além do braço quebrado as laterais estavam descoladas, neste momento a minha
primeira
reação foi comprar um adesivo epóxi chamado ARALDITE profissional, 24 horas.
Limpei a rachadura com água quente, para retirar as impurezas que poderiam estar entranhadas na rachadura , pois
esse violoncelo ficou parado uns meses até que eu pudesse mexer, então misturei as duas colas adesivas e colei. confesso que nunca tinha feito algo assim seria a primeira vez, estava rezando para dar certo.

Esperei cerca de um di
a e meio até que fui conferir o resultado.

Percebi que uma parte tinha perdido um pedacinho de madeira e ficou um pouco arredondado por causa do tempo que ficou parado esperando para ser colado. Vale lembra que quando o instrumento estiver
quebrado, rachado, descolando deve ser levado o mais rápido possível para as mãos de um luthier de confiança, pois isso evita problemas crônicos no instrumento e também facilita para um reparo perfeito.
Aproveitei e colei as laterais do instrumento usando cola de origem animal.

Com um poco de pó de madeira e super-bonde tampei as extremidades que arredondaram com o tempo, deixei o super-bonde ultrapassar um pouco o limite da rachadura e usei uma lixa grão 150 para nivelar a superfície de novo, com isso à rachadura ficou apenas como uma marca, minha preocupação era deixar ela imperceptível a ponto do músico mudar de posição e sentir o braço totalmente liso, então fui aumentado o grão da lixa até usar a número 2000 e entre uma lixada e outra eu molhava o braço do instrumento para arrepiar a madeira então lixava de novo, com isso obtive uma região muito lixa e cheguei ao resultado que eu queria.
Neste caso eu optei por deixar o braço somente na cor da madeira, não quis dar outra tonalidade.
Após alcançar o resultado almejado montei o instrumento, pois o próximo passo era observar se somente a colagem resistiria à pressão das cordas tencionadas. O tempo passo e até hoje não tive problemas, sempre estou observando, pois caso o braço comece a descolar o ideal será usar a técnica do pino, mas até o momento não foi preciso, o instrumento tem um bom som e já está sendo usado pelo músico e eu fiquei feliz pelo resultado obtido. :-)

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